domingo, 12 de outubro de 2008

O Rock Tupiniquim


Passou quase que despercebido, mas comemoramos, no mês de julho, os 50 anos do Rock. Um estilo musical criado nos auros anos 50. Os pioneiros desse ritmo alucinante foram Elvis Presley, Little Richard, Chuck Berry e Jerry Lee Lewis. Mas aqui no Brasil poucos sabem quais foram os primeiros a se aventurar nessa nova onda que surgia. O primeiro registro gravado no Brasil foi no ano de 1957. A música era Rock and Roll em Copabana e o astro era ninguém menos que Cauby Peixoto, com o pseudônimo de Ron Coby. Porém cantor não teve muito êxito. É que na época, havia consenso geral de que o artista de Rock deveria ser galã e muito viril, pois teria que fazer sucesso entre as garotas. No início até tentaram disfarçar, mas logo se descobriu que Cauby não apreciava muito a fruta. Foi então que surgiu Sergio Murilo, um ex-apresentador de programa infantil, que fez um certo sucesso no final daquela década. Este sim, foi considerado o pioneiro do rock no Brasil. Tivemos a nossa representante feminina, Celly Campelo com seu “Biquíni de Bolinha amarelinha” e “Banho de lua”, irmã do também aspirante a astro do Rock Tony Campelo. Surgia no cenário mundial os Beatles. Os 4 rapazes de Liverpool revolucionaram o mundo, e aqui no Brasil não poderia ser diferente. Embalados por seu Rock quase que ingênuo, surgiram diversos grupos e cantores que buscavam um lugar ao sol. Dentre estes, o conjunto Sputnik que tinha em sua formação, entre outros, Tim Maia(vocal ),RobertoCarlos(guitarra),Erasmo Carlos(violão). Curiosamente o Sputink não chegou a gravar nenhum disco, nem fazer sucesso com nenhuma canção. O grupo se desfez logo depois de sua primeira aparição na Tv por causa de um desentendimento entre Roberto e Tim. Mas foi fundamental, pois revelou 3 grandes ícones desse movimento que ainda engatinhava. Roberto Carlos seguiu carreira solo em parceria com Erasmo nas composições. Eles apresentaram juntos o Programa Jovem Guarda, o programa ficou no ar por 3 anos, sempre arrebentando na audiência. Apesar de “Parei na Contramão” ter sido o primeiro sucesso da dupla. O estrondoso sucesso de “Festa de Arromba”, gravada por Erasmo Carlos em 1965 é considerado o primeiro sucesso do Rock na era Jovem Guarda. Por essa razão, Erasmo é o verdadeiro pai do Rock nacional, e não Raul Seixas como a maioria pensa. Pois Raul só iria surgir no cenário musical nos idos de 1973, com o sucesso Guita. Assim como a rainha do rock não é Celly Campelo, e sim Rita Lee, que foi vocalista do grupo “Os Mutantes”, o principal conjunto da Tropicália, movimento que surgiu no Pós Jovem Guarda, e que faziam um rock mais ácido e debochado. Como se não bastasse, Erasmo era parceiro de Roberto Carlos, que foi consagrado como Rei da juventude definitivamente com a gravação de “Que tudo mais vá para o Inferno”, em 1965. A primeira música brasileira desse gênero que viraria febre nacional. Juntos eles criaram os maiores sucessos do nosso Rock tupiniquim e influenciaram muitas bandas que surgiram nas décadas seguintes. Os anos 80 não seriam os mesmos sem a influência cultural dessa dupla. Com certeza o mundo musical foi mais feliz entre 1958 a 1988. Pois nessa época, o Rock and Roll corria solta na veia daquela linda juventude, desde os “Embalos de Sábado a Noite” até as “Jovens Tardes de Domingo”. Foi mesmo uma brasa,bicho!

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Créu em nós


Certa vez meu amigo Otto me falou que “os bons morrem jovem” e citou para exemplificar Renato Russo e Cazuza. Eu concordo, em parte, com essa teoria. Acontece que eu não sou tão otimista como meu amigo Otto. Eu penso da seguinte maneira: “Os bons estão morrendo, ou ficando velhos demais”.Porque os ídolos do passado deixaram um legado que foi esquecido muito rapidamente. E o que é pior, não deixaram sucessores. A geração atual está órfã de boa música. Muito triste. Venho percebendo isso desde a década de 90, onde a mídia nos tratou como a Geni(aquela de Chico Buarque), jogando bosta na cara da gente com tanta imundice em forma de música. Tudo ficou descaracterizado. O pagode de hoje é de plástico. O sertanejo não é mais aquela moda de viola. Aqui no nordeste o que se ouve não é o forró tradição, é o forró maldição. Até o nosso bom e velho rock ta ficando “Emo”(que porra é isso?), Vocês perceberam que o Axé conseguiu piorar? Eu achava que não tinha como ficar pior...Só a pederastia do funk carioca, esse sim permanece com o seu mesmo propósito que é o de tratar mulher como prostituta e tirar, cada vez mais cedo, a inocência de nossas crianças, diante de tanto apelo sexual.
Cada vez que o rádio deixa de tocar Marisa Monte pra tocar Mc Créu, ou Ana Carolina por Tati Quebra Barraco, somos nós que levamos um créu, e na velocidade dez. Cada vez que assistimos ao Domingão do Faustão, e vemos a Mulher Melancia(é melancia porque ninguém consegue comer sozinho), ou a galinha velha da Joelma do Kalypso chacoalhando as penas, é o nosso cérebro que vai se enchendo de coliformes fecais. Por isso, mais do que nunca, devemos ter um senso crítico mais apurado. Será que isso realmente é bom pra mim? Independente de qualquer tipo de preconceito, que possa haver de minha parte. Será que, ao invés de ouvir esse tolete musical que passa agora na FM Do Povo, não seria melhor eu fuçar os velhos discos do meu pai, ou do irmão mais velho, e ouvir aquele disco de Djavan? Que tem aquela música linda...Que foi daquela novela...
Pois é esse o meu conselho, a vida é uma só e temos que buscar o que é melhor pra nós...E lembre-se que quem se junta aos porcos come da lavagem.